segunda-feira, 12 de abril de 2010

Graveland - Carpathian Wolves (1994)


O mal de se comprar cds por atacado é que por vezes aparecem-nos coisas que nós não sabemos porque as comprámos. Na altura, andava numa de conhecer mais a fundos os meandros do black metal e assim que ouvi pela primeira vez... pensei logo que ia detestar. Quer dizer detestar é muito forte. Que não me iria dizer nada. No entanto quando resolvi fazer esta critica resolvi ouvir mais uma(s) vez(es). E fiquei viciado. Não sei explicar porquê, mas fiquei viciado. Provavelmente um dos nomes mais conhecidos e polémicos da maldita NSBM (haverá algo mais idiota? Bem, falando-se de Nazis, o limite da idiotice tem sempre tendência a romper todas as barreiras), Graveland consegue o perfeito equilibrio entre ambiente e crueza e com que tudo funcione como um todo. Embora a agressão seja algo limitada, ela é compensada pela ambiencia, que nos leva sem dúvida para outro lugar. E apesar de ser completamente anti-trve (só os nazis são mais idiotas), a podridão aqui cria realmente um grande ambiente. Isto se calhar não seria o ideal para dizer dum álbum de Black Metal mas... isto relaxa-me. Albúm ideal para ouvir descontraidamente a fazer uma outra coisa qualquer. É a verdadeira música ambiente do satã. Com tachos e panelas e barulho de gerador.

6/10

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ereb Altor - The End (2010)


Doom de contornos épicos. Desde as primeiras notas de “The Entering (Myrding Prologue)” aos lamentos derradeiros de “The Final War (The End Part III)”, é com isso que podemos contar neste “The End”, o último trabalho dos já veteranos suecos Ereb Altor. É, também, bastante perceptível desde os primeiros instantes que estes suecos, sem qualquer tempo para constrangimentos, se dedicaram a reclamar a si mesmos um trono que ficou inocupado desde a morte de Quorthon. Não estranhem, portanto, que tudo isto vos soe a essa grande banda que foram os Bathory na sua era mais épico/melancólica. No entanto, e sabendo à partida que este trabalho não prima pela sua originalidade, há que reconhecer que estes suecos tiveram muito cuidado - e acima de tudo, muita “alma” – na forma como assumiram, de peito aberto, a responsabilidade de erguer bem alto o estandarte do legado de Quorthon.

Desde os interlúdios acústicos às passagens narrativas, passando pelos arrastados, imponentes riffs de guitarra e pelos coros grandiosos, as camadas de som transportam-nos através de uma viagem pelos mares mais gélidos, pelas florestas mais misteriosas e pelas montanhas mais colossais. Épico na sua natureza e de carácter contemplativo, é um trabalho que faz recair sobre nós os feitos gloriosos do passado de uma forma sublime e quase hipnotizante, através de musicas geralmente slow to mid-tempo que tendem a construir climaxes constantes bastante poderosos. É, talvez, aliás, essa a única particularidade que distingue estes Ereb Altor da banda do seu ídolo – onde os Bathory se deixavam conduzir por uma identidade mais tradicionalmente heavy metal, com as suas inerentes variantes rítmicas e astmosféricas, estes Ereb Altor apostam numa abordagem mais doomish, de forma arrastada mas não menos eficaz. Ainda que, por um lado, nada bata o original, por outro, é possivel que este trabalho encha melhor as medidas àqueles que olhavam para os Bathory com um certo receio de saírem desiludidos com os desvaneios criativos de Quorthon, tal a maturidade e a paixão com que estes Ereb Altor “jogam” com as regras estabelecidas pelo "mestre".

Apesar de não seguirem uma fórmula de todo original, é um album que nos oferece musica bastante sólida, principalmente para aqueles que apreciam melodias épicas e que têm “estômago” para as encaixarem sob uma identidade doomish.

Destaque final para a prestação do vocalista, cuja entrega etérea e emocional me leva a pensar estarmos perante um dos melhores vocalistas de toda a cena Doom/Epic Metal actual.
7.5/10