segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Nightfall - Eons Aura



Nightfall, vistos por alguns como uns Paradise Lost de segunda, a verdade é que nunca se conseguiram afirmar como algo mais do que isso. Não que seja uma cópia pálida dos britânicos, mas o caminho tomado por estes é por vezes notório como influente. Depois do segundo album Macabre Sunsets, é lançado este mini-cd a preparar caminho para Athenian Echoes, que consiste em 4 faixas, dois originais e duas covers. O estilo de Nightfall, pelo menos nestes tempos, nunca foi tão fácil de ouvir como por exemplo Paradise Lost, devido às suas compoisções algo estranhas e algo dificeis de entrar no ouvido, não sendo qualquer pessoa que aprecia os primeiros trabalhos deste grupo. Os originais seguem esta linha e a surpresa reside nas versões de Army Of Lovers com Until The Day Gods Help Us All e Manowar com Thor. A primeira é uma música baseada em teclados com suspiros intercalados com urros (daqueles do urso na caverna esfomeado) criando um efeito excelente na minha opinião e deixando-me curioso para ouvir o original. A segunda é bastante próxima do original, apenas mudando as vocalizações (ligeiramente diferentes).
Embora as originais não sejam más, prefiro as covers.

4/10

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Cumdeo - The Threads Of Imagination


Não faço a minima ideia porque comprei este cd... Não estou já a dizer que é mau ou bom. Apenas que não me recordo do porquê o ter comprado. Banda originária da Rússia, os Cumdeo tocam o som que foi muito popular na primeira década de 90 tanto em Portugal tanto como no resto do underground europeu: Death/Doom. E embora não seja algo de extraordinariamente bom também não é extraordinariamente mau. Confesso que tive de ouvir este cd muitas vezes até ele começar a entrar e a chamar-me captar-me a atenção. Embora o cd tivesse sido lançado em 2000 as músicas são de entre 94 a 97, tendo sido gravadas e mixadas em 98/99. Talvez por isso se note um pouco a fácil identificação de que falei no início e soe um pouco datado tanto em termos de som como de ideias. De qualquer maneira é um bom album com boas músicas que o fervoroso fã de Death/Doom deverá apreciar de certeza, não caindo na armadilha das músicas lentas e aborrecidas, conseguindo imprimir até alguma velocidade em certos momentos, sempre com bons arranjos de teclados presentes. É pena não ter nada que o faça sobressair.

5 /10

sábado, 2 de outubro de 2010

Demon Dagger - Aftershock


Sempre tive uma simpatia por este albúm, talvez por tanta gente o deitar abaixo devido a demasiadas semelhanças com Megadeth. Sinceramente foi essa a minha maior motivação para o comprar elaborando um raciocínio do género "eu gosto de Megadeth, logo vou gostar do albúm". E foi uma decepção... Porque não encontrei muitas semelhanças com a banda liderada por Dave Mustaine. Ok, a voz é algo parecida em certas passagens (não em todo o album como li nas várias criticas) e em termos de composição não é de maneira nenhuma a cópia descarada que quizeram fazer crer (a única realmente "megadethiana" é a Corundum Pursuit) e por isso este disco foi uma desilusão, estava á espera de ouvir o mais novo trabalho de Megadeth e afinal... É um album agradável de ouvir, descontraídamente numa qualquer tarde quente, mas apesar de ter ouvido este albúm muitas vezes apenas algumas músicas me ficaram na cabeça.

4/10

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Throne Of Ahaz - Nifelheim



Ora aqui está uma banda de culto dentro do BM sem ter chegado ao reconhecimento que merecia num álbum que para mim é do que melhor se fez na segunda vaga de Black Metal. Não temos nada de revolucionário para a altura mas o facto é que com a produção límpida mas mesmo assim raw onde todos os instrumentos são perceptíveis, as composições que trazem ora velocidade ora peso balanceado com algum groove (sim, groove, BLASFÉMIA) constroem um ambiente perfeito, ajudando para isso também a qualidade de riffs que utilizam e as variações nas músicas. Numa altura em que se fala tanto do que é trve ou não (que debate mais idiota também) é engraçado ver como um álbum com mais de 10 anos não envelheceu nem um bocadinho. Possivelmente pelo o estilo ser um pouco imutável, embora hajam bandas que não se conformam com as regras e ousam (na opinião de alguns, claro) a quebrá-las. Este é o caso dum álbum que segue as regras [fotos da banda em corpse paint com cara de maus; as letras do norte – toda a gente sabe que o diabo vem do norte, vejam o caso do Pinto da Costa – e do frio e até referências a mitologia nórdica como o próprio título indica; a voz gritada (e que grande voz o bacano tem); e os riffs gélidos] mas acaba por ultrupassar essas mesmas regras por fazer bastante uso de composições a meio tempo (o maldito groove outra vez) e pela produção impecável. E é tão bom ouvir black metal e perceber o que se está a tocar… parece um sonho tornado realidade.

8/10

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Firstborn Evil - Rebirth Of Evil




Primeiro albúm da banda portuguesa de Black Metal Melódico (pelo menos na altura). Tendo-se destacado com participações em algumas compilações nomeadamente na da Guardians Of metal e num dos volumes da Southern Assault Vol. 1 e na Sometimes...Death Is Better Vol. 7 da Shiver records. Lançaram a demo The Awakening Of Evil em 96 e tendo sido razoavelmente bem recebida e causando impacto no underground nacional (que na altura não tinha muitos projectos do estilo) acabaram por lançar este seu albúm de estreia pela editora portuguesa Guardians Of Metal.

Apesar de toda a imagem, penso que não se possa chamar um albúm de Black Metal Melódico, simplesmente não encaixa, apesar do esforço de imagem para encaixar (que diga-se de passagem é um pouco ridiculo, mas o ridiculo no black metal nestas alturas também é um pouco subjectivo). 8 composições de metal épico, com solos de guitarra e vocalizações versáteis.A última faixa, A Quest For Vengeance é a junção de tudo isto que falei. A produção por vezes parece que não ajuda, mas se tivermos m conta a altura em que foi lançado e o que se fazia na altura penso que 8 anos depois não é algo que envergonhe a banda (Corpse Paint ridiculo à parte). É por vezes ingénuo mas envelheceu bem (quanto a mim) não acusando a passagem do tempo. Uma coisa que não percebi foi os nomes dos elementos da banda virem em diversas partes (nas fotos e nos créditos) sobre a forma de pseudónimos - e que bons que eles são - e nos agradecimentos aparecerem os nomes verdadeiros. De qualquer maneira, Bruno Fernandes já aqui demonstrava ser dono de uma das vozes mais versáteis que temos (apesar de por vezes assustar um pouco, parecendo uma cabra a ser degolada-não que eu tenha algo contra isso) e é sem dúvida um bom albúm de uma banda que sempre pareceu ser um pouco perseguida pelo azar.

6/10

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Venom - Black Metal (1982)



O disco que iniciou (oficialmente) uma era e que mudou a face do metal extremo para sempre. E é curiosa a maneira como surgiu o título deste albúm. Fartos de serem rotulados como heavy metal, juntamente com bandas como Journey, Aerosmith, etc, Cronos muito frequentemente dizia que não eram heavy metal, que eram black metal. E na altura conseguiram introduzir no metal uma imagem extremista que nenhuma banda tinha (e que influenciou toda uma vaga de músicos/projectos nos anos seguintes). Embora muitas das declarações prestadas à imprensa tenham sido empoladas sobre o facto de eles serem satânicos ou não (declarações essas que mudavam de hora para hora e de membro para membro, respondendo eles às perguntas com o que lhes vinha à cabeça), Cronos queria realmente quebrar fronteiras e chegar aonde ninguém tinha chegado. Se era tudo por amor ao rock n' roll e vivido em um espirito quase Spinal Tap, a marca que deixaram foi muito levada a sério. O extremismo na imagem e letras, influenciou directamente bandas como Slayer (que entraram juntos com Exodus, no vídeo da Combat Records Combat Tour Live: The Ultimate Revenge), Metallica (que abriram para eles na tour deste album), Bathory, Sodom, Hellhammer/Celtic Frost. Som crú, básico mas poderoso que nos traz faixas inesquecíveis como a faixa título, Acid Queen, Blood Lust, Teacher's Pet (que foi inspirada numa história da adolescência de Mantas e na professora que o excitava), Countess Bathory, Die Hard. Nunca tinha percebido a maneira como este albúm acabava. Com a intrudução de At War With Satan, o mega épico que nunca seria esperado por parte do trio de Newcastle. E esta música tem uma história engraçada, foi a maneira que Cronos quis para homanagear um dos seus albúns preferidos de sempre, o conceptual 2112 dos canadianos Rush (uma das melhores bandas progressivas dos anos 70). Andando a escrever o conceito da história durante muito tempo, acabou por apresentá-lo no albúm seguinte com o mesmo nome. As duas faixas conjugadas (a intro aqui, e a primeira do seguinte) fazem a totalidade de 21 minutos e 12 segundos.

8/10

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Deicide - Legion (1992)


Depois da "revelação" de 1990, saí este albúm em 1992 e que adiante muito pouco em relação ao primeiro. Temos o Glenn Benton (Bento para os amigos) já marcadinho na testa como manda a lei e é por aqui que começa e acaba a imagem de Deicide, passando sempre pelas polémicas do amigo Bento, que coleccionou ódios por toda a parte principalmente de associações extremistas de protectores de animais. Polémicas à parte, Legion para já decepciounou-me a nível lírico. Esperava que explorasse mais o conceito do demónio Legião. Em termos de som, é o tipico som Flórida, o tipico som Morrisound (que vai dar ao mesmo) e o tipico som Deicide, que não teve muitas mudanças do primeiro e para os outros seguintes (excepção feita com os últimos). É Death Metal Satânico (ou Bentânico, como preferirem) que ou se ama ou se detesta. Eu pessoalmente sou um pouco indiferente e apenas uma faixa se destaca depois de ouvir estes 29 minutos (tem essa vantagem, é rápido de se ouvir). Produzido por Scott Burns, o produtor guru do Death Metal americano e masterizado por Mike Fuller.

Nota 4/10

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Graveland - Carpathian Wolves (1994)


O mal de se comprar cds por atacado é que por vezes aparecem-nos coisas que nós não sabemos porque as comprámos. Na altura, andava numa de conhecer mais a fundos os meandros do black metal e assim que ouvi pela primeira vez... pensei logo que ia detestar. Quer dizer detestar é muito forte. Que não me iria dizer nada. No entanto quando resolvi fazer esta critica resolvi ouvir mais uma(s) vez(es). E fiquei viciado. Não sei explicar porquê, mas fiquei viciado. Provavelmente um dos nomes mais conhecidos e polémicos da maldita NSBM (haverá algo mais idiota? Bem, falando-se de Nazis, o limite da idiotice tem sempre tendência a romper todas as barreiras), Graveland consegue o perfeito equilibrio entre ambiente e crueza e com que tudo funcione como um todo. Embora a agressão seja algo limitada, ela é compensada pela ambiencia, que nos leva sem dúvida para outro lugar. E apesar de ser completamente anti-trve (só os nazis são mais idiotas), a podridão aqui cria realmente um grande ambiente. Isto se calhar não seria o ideal para dizer dum álbum de Black Metal mas... isto relaxa-me. Albúm ideal para ouvir descontraidamente a fazer uma outra coisa qualquer. É a verdadeira música ambiente do satã. Com tachos e panelas e barulho de gerador.

6/10

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ereb Altor - The End (2010)


Doom de contornos épicos. Desde as primeiras notas de “The Entering (Myrding Prologue)” aos lamentos derradeiros de “The Final War (The End Part III)”, é com isso que podemos contar neste “The End”, o último trabalho dos já veteranos suecos Ereb Altor. É, também, bastante perceptível desde os primeiros instantes que estes suecos, sem qualquer tempo para constrangimentos, se dedicaram a reclamar a si mesmos um trono que ficou inocupado desde a morte de Quorthon. Não estranhem, portanto, que tudo isto vos soe a essa grande banda que foram os Bathory na sua era mais épico/melancólica. No entanto, e sabendo à partida que este trabalho não prima pela sua originalidade, há que reconhecer que estes suecos tiveram muito cuidado - e acima de tudo, muita “alma” – na forma como assumiram, de peito aberto, a responsabilidade de erguer bem alto o estandarte do legado de Quorthon.

Desde os interlúdios acústicos às passagens narrativas, passando pelos arrastados, imponentes riffs de guitarra e pelos coros grandiosos, as camadas de som transportam-nos através de uma viagem pelos mares mais gélidos, pelas florestas mais misteriosas e pelas montanhas mais colossais. Épico na sua natureza e de carácter contemplativo, é um trabalho que faz recair sobre nós os feitos gloriosos do passado de uma forma sublime e quase hipnotizante, através de musicas geralmente slow to mid-tempo que tendem a construir climaxes constantes bastante poderosos. É, talvez, aliás, essa a única particularidade que distingue estes Ereb Altor da banda do seu ídolo – onde os Bathory se deixavam conduzir por uma identidade mais tradicionalmente heavy metal, com as suas inerentes variantes rítmicas e astmosféricas, estes Ereb Altor apostam numa abordagem mais doomish, de forma arrastada mas não menos eficaz. Ainda que, por um lado, nada bata o original, por outro, é possivel que este trabalho encha melhor as medidas àqueles que olhavam para os Bathory com um certo receio de saírem desiludidos com os desvaneios criativos de Quorthon, tal a maturidade e a paixão com que estes Ereb Altor “jogam” com as regras estabelecidas pelo "mestre".

Apesar de não seguirem uma fórmula de todo original, é um album que nos oferece musica bastante sólida, principalmente para aqueles que apreciam melodias épicas e que têm “estômago” para as encaixarem sob uma identidade doomish.

Destaque final para a prestação do vocalista, cuja entrega etérea e emocional me leva a pensar estarmos perante um dos melhores vocalistas de toda a cena Doom/Epic Metal actual.
7.5/10